Machado de Assis tornou-se o maior escritor do país e um mestre da língua. A cada obra sua fico mais e mais surpresa pela capacidade de escrever e de "prender" o leitor, escrevendo textos com grande força psicológica.
Para mim a obra mais importante dele foi, sem dúvida, "Dom Casmurro"...texto esse que trata bem os fatores psicológicos que ele tem como característica principal e fascinante!
Fica aqui minha homenagem à ele...o inspirador do meu TCC... e que tanto me fascina!!!!
Abaixo, trecho do livro Memórias póstumas de Brás Cubas considerado pelos críticos, o divisor de águas da carreira dele.
[...] Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.
Memórias póstumas de Brás Cubas
Beijo e boa semana!!!
:)
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