domingo, 28 de setembro de 2008

Joaquim Maria Machado de Assis...

Hoje dia 29 de setembro de 2008, aniversário de morte do , cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta Joaquim Maria Machado de Assis.
Machado de Assis tornou-se o maior escritor do país e um mestre da língua. A cada obra sua fico mais e mais surpresa pela capacidade de escrever e de "prender" o leitor, escrevendo textos com grande força psicológica.
Para mim a obra mais importante dele foi, sem dúvida, "Dom Casmurro"...texto esse que trata bem os fatores psicológicos que ele tem como característica principal e fascinante!
Fica aqui minha homenagem à ele...o inspirador do meu TCC... e que tanto me fascina!!!!
Abaixo, trecho do livro Memórias póstumas de Brás Cubas considerado pelos críticos, o divisor de águas da carreira dele.

[...] Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.


Memórias póstumas de Brás Cubas
Beijo e boa semana!!!
:)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Acordar atrasada, tem suas vantagens!!!!

Nossa, até parece que eu é que não quero mais ler o Agora Deus vai te pegar lá fora, né???? Mas juro que não é isso.... É que acordei "atrasadássa" e não peguei o livro, e quando se tem o hábito da leitura, não se consegue ficar sem ler, nem que seja o obtuário do jornaleco da esquina!!!!!
Aí...olhando os livros novos que chegaram...aqueles que me fizeram interromper a leitura e ler a Martha, encontrei o da Claudia Tajes...
Muito engraçado!!!!!
Eu já li vários livros dela, é uma autora engraçada, sarcástica e muito, muito divertida!!!
O livro "Louca por homem - histórias de uma doente de amor", mostra o quanto as mulheres tem a capacidade de se moldar a situações, é uma mulher que ama, se adapta a cada nova situação amorosa, tendo como objetivo ser a mulher perfeita para cada um dos seus pretendentes. Engraçadíssimo!!!!!
O livro não é muito extenso, é uma leitura fácil, dinâmica e acima de tudo divertida!!!! Não é assim, uma obra literária...mas deu pra dar muita risada.
Hoje pretendo continuar com aquele que já to envergonhada de tanto prometer o término, mas já falei: trabalhar em uma biblioteca é uma verdadeira tentação!!!

:)

abração!!!!

domingo, 21 de setembro de 2008

"Contos completos" Sergio Faraco

Calma gente.... não eu não parei de ler o Carlos Moraes, aliás estou a todo vapor na leitura...é que dando uma arrumada lá na biblio eu vi o livro de contos do Sergio Faraco e lembrei que havia escrito um ensaio sobre esse mesmo livro "Contos Completos", pensei em colocar ele aqui para que vcs olhem...
Por favor não sejam muito críticos, pois é a primeira vez que escrevo um ensaio. Na verdade, fica aqui um protesto: As faculdades deveriam exigir muito mais esse tipo de traballho, pois as dúvidas são ENORMES!!!!!
Enquanto isso vou lendo o "Agora Deus vai te pegar lá fora" , que aliás está muito bom... depois vou contar melhor como acontece essa história.
Beijinhus*
KARIN LINEA MULLER
(necamuller@gmail.com)
Literatura Brasileira IV
Professor: Demétrio Paz
Faculdades de Educação de Taquara
Junho de 2008.

O presente ensaio pretende através dos contos “Neste entardecer”,“Não chore, papai” e “Conto de Inverno”, do escritor Sergio Faraco, demonstrar as características literárias deste autor.
Sergio Faraco nasceu em Alegrete em 1940, ainda jovem mudou-se para Porto Alegre. Entre 1963 e 1965 morou na antiga URSS onde cursou Ciências Sociais.
Para se entender um pouco mais sobre as características desse autor vejamos o que é um conto e como ele se caracteriza.
O conto é a designação que se dá à forma narrativa de menos extensão. E uma narrativa linear que não se aprofunda no estudo da psicologia dos personagens.
Esse gênero literário é uma narrativa breve, contém um só assunto cujos detalhes são comprimidos e organizados. Para se caracterizar como conto, a narrativa deve ter tensão, ritmo, conflito, inicio, meio e fim.
Neste ambiente Sergio Faraco em 1974 aventurou-se. Este gênero faz com que o autor sinta-se mais à vontade tratando de temas diversos.
No conto “Neste entardecer”, que faz parte da coletânea Contos Completos da editora L&PM, retrata bem algumas das características deste autor, que neste conto observa-se um tempo mítico, como está explícito no trecho a seguir: “é tão estranho, eu chego, olho, fico com a impressão de que me perdi e estou voltando à casa errada. Da escada nem sinal, talvez aquele bronze ali tenha sido outrora o corrimão.”(Faraco, Sergio Contos Completos p:154)
O conto é uma narrativa saudosista; que através de lembranças de um tempo passado retomam certos acontecimentos, leia no trecho abaixo:
“Da janela hoje vem sem vidros ainda se avista o sítio até que desça para o rio, mas não se enxerga mais o rio.
O mato cobriu o sítio e até os caminhos que papai cruzava com às redes às costas e sua linha de traíras.”
Sergio Faraco neste conto demonstra uma preocupação com o passado, valoriza o tempo que passou e isso se comprova no trecho a seguir: “Não tu não tinhas passado.”
O conto termina como desenrolar de uma quase brutal realidade, e ao meu ver pode ser visto como um momento de aprender as leis da sobrevivência, de que tudo pode ser visto com o olhar do aprendizado.
“Não te desespera, eu te peço, nem tudo está perdido, sempre resta a esperança de que a gente encontre o caminho que leva ao reverso das coisas, e então, tudo mesmo comece de novo. Te garanto que nalgum lugar a vida continua. Me dá tua mão, passeia comigo pela casa. Os grilos estão cantando num ritornelo que vem desde o rio. Vem. Vou te mostrar como a casa ainda é bela neste entardecer.”
Sergio Fraco é um autor linear, seus contos possuem singularidade e fidelidade ao assunto. No conto “Não chore, papai”, o autor relata uma situação extremamente melancólica em um ambiente urbano. “Os raros automóveis pareciam sestear também à sombra de cinamomos, e nenhum vivente se expunha ao fogo das calçadas.
A melancolia presente no conto está explicita, como mostra o trecho a seguir: :“As vezes passava chiando uma carroça e então alguém, podia pensar: como é triste a vida de um cavalo" Não diferente de sua característica principal, as lembranças da infância e como estas marcaram profundamente e que deu também título à narrativa, o trecho abaixo mostra isso claramente:
“Mas não chore, papai.
Quem menino, desafeito ao pó de sua cidade, sonhou com os Jardins da Babilônia e outras estampas do sabonete Eucalol não acha em seu coração lugar para o rancor. Eu jurei em falso. Eu perdoei você.”
Os contos do escritor gaúcho Sergio Faraco são de fácil compreensão, o leitor não encontra dificuldades ao fazê-lo, sua linguagem é simples e direta, como pode ser percebido no conto “Neste entardecer”: “Aquela sombra na parede parece Vovó Rosário procurando suas agulhas de tricô.”(Faraco, Sergio, Contos Completos, p: 154)
No conto “Conto de inverno”, que faz parte da coletânea de contos “Contos Completos” da Editora L&PM, o autor conta a história de um escritor que vive uma história de aventura e sensualidade. A história se passa em um ambiente urbano, como em muitos de seus contos, o que se comprova no trecho a seguir: “...da janela, viu um velho caminhão estacionado junto ao poste de luz, era dali que vinham batidas de porta, conversas, e ele ouviu também o choro de um bebê. O capô erguido e dois homens examinavam o motor com uma lanterna.” (Faraco, Sergio Contos Completos p:249)
Sergio Faraco como grande contista que é, explora seus personagens com muito sucesso, vê neles a amargura do submundo da cidade e da pobreza nela muitas vezes existente. “ _ mudança? – quis saber o escritor examinando a paupérrima mobília amontoada na carroceria.” (Faraco, Sergio, Contos Completos p: 249)
Ainda sobre essa mesma temática temos o trecho abaixo que comprova essa característica:
“_Não é longe _ e indicou um morro a poucos quilômetros dali.
_Esse morro é um labirinto de ruelas.
_A senhora conhece bem?
_Mais ou menos. Meu marido comprou uma casinha lá.”
Sérgio Fraco utiliza uma temática gauchesca, e apesar de ser um conto urbano, dá algumas referências de que a história acontece aqui: “De onde vocês vem? _ Santa Rosa.” (Faraco, Sergio, Contos Completos p: 249)
Aqui, outro trecho que comprova essa característica do autor:
“Levantou-se, protegeu-se com o mesmo agasalho.
Antes de sair, pegou na parede da sala uma espada enferrujada que adquirira num Belchior, supostamente arrebatada de um oficial paraguaio na guerra contra López.”
Nota-se que o autor mostra um personagem solitário e que vê na situação uma oportunidade de sair desse estado:
“De volta ao quarto, tirou a japona e deitou-se. Ainda que se cobrisse com dois cobertores, tiritava de frio. Pôde cochilar decerto, ou só chegou, talvez, àquela consciência difusa que é o umbral do sono, mas estremeceu e sentou-se na cama ao ouvir novamente o choro do bebê.”
O autor desse conto, Sergio Faraco, utiliza-se da erotização como um dos focos principais de sua narrativa, o que comprova-se no trecho que se segue:
“Viu a mulher despir e oferecer à criança um formoso seio e constatou que uma ponta de desejo se insinuava no despreendimento do general paraguaio.Mas não apagou a luz. Na última sinaleira antes do acesso ao morro, olhou novamente, dizendo-se que o fazia para conferir se o seio realmente era bem-feito. Era.”
Na seqüência outro trecho que comprova a forte sexualidade existente neste conto: :“...mas o seio da mulher continuava exposto, com seu mamilo arroxeado e úmido. O escritor percebeu que ela estava fazendo aquilo por gosto.” (Faraco, Sergio, Contos Completos. p: 253)
Como já foi visto no início deste ensaio, o gênero textual “conto” tem como característica o inicio, meio, o clímax e o fim. O clímax desse conto acontece quase no seu final. Veja o trecho que se segue:
“Por momentos, o escritor permaneceu imóvel, mãos ao volante, como a esquadrinhar o falso abismo da ladeira. Depois voltou-se, passou a mão nos cabelos dela, no pescoço, no colo. Depois ainda, inclinando-se, tomou o seio, ergueu-o delicadamente o beijou. Mas logo se afastou.”
O conto “Conto de inverno”,termina com o personagem refletindo sobre o que havia acontecido naquele momento e de como se aproveitou daquela situação:
“Era espantoso como os escritores, ás vezes, podiam ser interesseiros, e no fundo, bem no fundo, tão ou mais cruéis do que um dono de caminhão como o que conhecera naquela madrugada.
Embora menos alegre, compreendeu que tinha encontrado também o fim da história.”
Através deste ensaio pode-se constatar então, que o autor Sergio Faraco, possui grande vocação para a produção de contos, mostrando ao seu leitor, que suas histórias jamais serão frutos do acaso, mas sim estruturas com uma visão de mundo real, coerente e delineada.

BIBLIOGRAFIA
FARACO, Sergio. Contos Completos , Editora: L&PM ,2004.

domingo, 14 de setembro de 2008

Tudo o que eu queria te dizer? Ué?!?!?!?!

Sei que era pra eu estar lendo o livro do Carlos Moraes, sei que deveria estar postando algo sobre o livro "Agora Deus vai te pegar lá fora", mas entendam, quando se trabalha em uma biblioteca e chegam livros novos, a tentação e a urgência em ler o que chegou, é quase incontrolável.(Agora entendo o que Eva sentiu diante da tentação da maçã) :)
Então, essa semana chegaram 5 obras novas na "biblio", nossa!!! foi uma festa!!!! Então, "dei um tempo" no Carlos Moraes e pensei: "No findi eu leio a Martha e depois retomo o Carlos Moraes" e não me arrependi!!!
A autora foi ótima, explorou bem a emoção, foi simples e direta nas palavras! Palavras essas, que mexem com a gente.
Acredito muito no poder da palavra escrita e nada melhor do que cartas, para colocarmos tudo para fora!
As cartas das personagens da autora, são recheadas de perdão, vingança e urgências que só nós seres humanos possuimos.
Quem de nós não se sente mais corajoso com uma caneta e um pedaço de papel na mão? Quem nunca teve mais coragem em dizer coisas escritas do que faladas?
Que atire a primeira pedra quem nunca escreveu uma carta de amor, ou uma carta xingando outra pessoa!!!
Claro, não me identifiquei com todas as cartas contidas no livro, mas mesmo essas, me tocaram fundo, afinal de contas me fez enchergar dentro de outra pessoa.
Agora, pretendo terminar o "Agora Deus vai te pegar lá fora", só espero que os 24 livros que estão pra chegar lá na bilioteca, não cheguem essa semana!!!
Ai, ai ai!!!

bjinhus

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Filminho legal...

Dica de filme:

"Som do coração"
Conta a história de um menino "abandonado" pelo avô em um orfanato que tem o dom da música, dom esse herdado dos pais que são músicos!
O filme é muito bom, a música, o sentimento ...tudo!!!!
Vale à pena assistir!!
Boa semana

:D

domingo, 7 de setembro de 2008

As releituras podem surpreender...

Hoje terminei a leitura do Livro do João Ubaldo Ribeiro "Diário do farol", confesso que já havia lido ele em outra ocasião, mas dessa vez foi algo completamente diferente!
Meus instintos mais grosseiros foram aflorados por essa obra tão, tão maquiavélica!
O livro é narrado por uma personagem que se denomina "faroleiro" que se dedica a registrar como em um diário sua vida, o relato de uma vida cheia de ódio, vingança, ambição e até amor, no sentido pouco romântico da palavra. Gente!!! o homem é um monstro!!!
A leitura desse livro me fez ver o quanto o bem e o mal estão lado a lado, o autor soube explorar muito bem esses sentimentos tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais.( me fez lembrar alguém do meu passado...calma esse alguém não matou ninguém, pelo menos não fisicamente!)
E me pergunto:
Por que será que a gnt tende a se chocar mais com as coisas ruins que os homens fazem do que com as coisas boas.?
..nossa quando ele (a personagem) começou a fazer maldades, pensei em parar de ler...me revoltou, embrulhou o estômago, matar os....!!!!!!
Não, não vou contar quem ele matou, mas com certeza se alguém ler, vai compartilhar comigo tal sentimento.
Enfim, o livro é ÓTIMO!!!! Aliás como diz uma amiga querida: é bom por demais!!!!
Agora, vou sair daqui correndo e começar outro livro, esse de um autor gaúcho...Carlos Moraes,"Agora, Deus vai te pegar lá fora" Tomara que seja bom!!!!

Bjinhus*

Ps: desculpem por alguns "erros", minha vida de Blogueira ainda é uma grande novidade!

:)

Inicio da vida blogueira!!!!

Boa noite!

O motivo pelo qual crei esse blog é o de compartilhar com vcs leitores, minhas leituras e opiniões sobre elas.
Sei que poderei não agradar à alguns, mas que tb poderei agradar e muito à outros!
Então que se iniciem os trabalhos!!!
hehehehe
bjinhus*